Ceará na Era Vargas: com a era Vargas (1930-1945) extinguiram-se o cangaço e os movimentos messiânicos nordestinos. Para isso, contribuiu o aumento da repressão, a migração de nordestinos para as indústrias do centro-sul e a maior integração dos sertões nordestinos com o resto do país. Os Estados passaram a ser governados por interventores. O primeiro interventor cearense foi Fernandes Távora (1931, logo demitido por continuar com as mesmas práticas da República velha). O segundo interventor cearense foi Roberto Carneiro de Mendonça (1931-1934, um "neutro" e "estrangeiro", que procurou conciliar os "revolucionários" de 1930 com as antigas oligarquias). No Período da interventoria Carneiro de Mendonça, reorganizaram os partidos locais. Os "revolucionários" de 1930 fundaram o partido social democrático (PSD), enquanto as tradicionais oligarquias se reuniam na Liga Eleitoral Católica (LEC, ligada a Igreja e até aos notórios fascistas, conseguiu enorme penetração no Ceará) O terceiro interventor foi Felipe Moreira Lima (1934-1935, que realizou uma gestão agitada. Aliado ao PSD, não conseguiu evitar que a LEC vencesse as eleições legislativas de 1934 e indicasse, indiretamente, em 1935, o novo governador do Estado), Menezes Pimentel - as antigas oligarquias voltavam ao poder. Menezes Pimentel administrou o Ceará por 10 anos (entre 1935 e 1937, como governador legal, e entre 1937 e 1945, como in inventor o Esta o Novo. Foi um período muitas violências.
A Legião Cearense do Trabalho (LCT) foi uma organização operária conservadora, paternalista, autoritária, corporativista, anti-comunista e antiliberal (essencialmente fascista), existente no Ceará entre 1931 e 1937, fundada por Severino Sombra. O seu sucesso é devido ao baixo grau de organização e de consciência do trabalhador, a neutralidade do interventor cearense Carneiro de Mendonça e o apoio da Igreja. O Pensamento da LCT e de Sombra estava no livro O Ideal Legionário. Visava criar um Estado centralizado, intervencionista, harmonioso e corporativista, "protegendo” os trabalhadores. Também se destacaram na entidade os nomes do padre Hélder Câmara, Jeová Mota e Ubirajara Índio do Ceará. Sombra pensava em estender a Legião para todo o Brasil. Mas por apoiar "Revolução Constitucionalista de 1932, foi preso e exilado para Portugal. Depois a LCT acabou se filiando à AIB de Plínio Salgado. Em 1933, Sombra retomou do exílio e, não conseguindo obter a chefia da AIB abandonou a LCT e fundou no Ceará uma entidade semelhante, a Campanha. Legionária. Contudo, não obteve sucesso devido ao apoio agora prestado pela Igreja aos integralistas, o surgimento de entidades operárias de esquerda, as disputas com a própria LCT e a Lei de Sindicalização de Vargas. A LCT, a Campanha Legionária e a AIB foram fechadas com a implantação do Estado Novo.
Caldeirão foi uma comunidade messiânica, coletiva e igualitária, surgida no Cariri cearense sob a liderança do beato José Lourenço e destruída em 1937 pelo governo Menezes Pimentel com o apoio da Igreja e dos latifundiários. José Lourenço, paraibano, negro, analfabeto, chegou a Juazeiro do Norte em 1890, sendo aconselhado pelo padre Cícero a estabelecer-se na região e a trabalhar com algumas famílias de romeiros. Assim arrendou um lote de terra no sítio Baixa Danta.
Nos anos de 1920 envolveu-se na questão do "boi santo" e foi obrigado a deixar o sítio Baixa Danta. Provavelmente no ano de 1926, padre Cícero acomodou Lourenço e seguidores no sítio Caldeirão de sua propriedade. No Caldeirão criou-se uma comunidade semelhante à de Canudos, baseada na religião. Com a "Revolução" de 1930, militares inspecionaram o sítio em busca de armas. Em 1932, a fazenda abrigou retirantes da seca. Nesse ano chegou à comunidade o rio grandense Severino Tavares. O progresso do Caldeirão assustou a elite. Como o sítio, após a morte do padre Cícero, ficou em herança para os padres salesianos, as classes dominantes passaram a difamar a comunidade de Lourenço. Em setembro de 1936 os moradores foram expulsos dali pela polícia. Lourenço e sua gente instalaram-se depois na serra do Araripe e reorganizaram a comunidade. Partes dos sertanejos, liderados por Severino Tavares, queriam vingança e fazendo uma emboscada, mataram alguns policiais. Enviou-se, então, grande contingente policial para a serra do Araripe, massacrando os camponeses em novembro de 1937; mais de mil pereceram. Severino Tavares escapou, sendo morto na Bahia em 1938. "Zé Lourenço" faleceria em 1946,no estado de Pernambuco
esse blog é muito bom, queria que fosse informações da paraíba pra fazer vestibular mas tudo bem.
ResponderExcluir