terça-feira, 3 de novembro de 2009

Ceará do segundo reinado à proclamação da república

  • Política do Ceará no Segundo Reinado: ao longo do segundo reinado, permaneceu o Ceará dominado pelas oligarquias rurais, organizadas nos partidos liberal e conservador. O partido liberal foi chefiado pelo Senador Alencar até 1860, e deste ano a 1877 pelo Senador Pompeu. Depois, dividiu-se em duas alas, liberais pompeus (Sob o comando de Nogueira Accioly) e liberais paulas (liderados por Vicente de Paula Rodrigues e, em seguida, por Antônio Rodrigues Júnior). Os conservadores eram a princípio liderados pela facção "boticário-carcará" (de Antônio Rodrigues Júnior e Miguel Fernandes Vieira), mais em 1862 dividiram-se em duas alas: conservadores graúdos (sob o comando de Domingo Nogueira Jaguaribe e Joaquim da Cunha Freire) e conservadores miúdos (liderados por Gonçalo Batista Vieira). Praticamente não houve conciliação no Ceará. Imperava o uso da máquina Pública nas eleições e na política partidária. Os partidos se ideologia, não passam de instrumentos para elite manter-se no poder. Nesse período, foi o Ceará governado por 44 presidentes.
  • Ceará na Guerra do Paraguai: As elites se alistavam voluntariamente (indo compor a alta oficialidade, sem lutar no front de batalha), a classe media participava de sorteios “premiados” (só se livrava se subornasse o encarregado do serviço militar ou tivessem um “padrinho” forte”; e a população mais pobre que era recrutada a força (tendo que fugir para as serras de onde eram caçados). Destaques cearenses na Guerra do Paraguai: Antonio Tibucio Cavalcanti, Clarindo de Queiroz, General Sampaio e Jovita Feitosa (mulher que se disfarçou para ir a Guerra).
  • Ceará “terra da Luz”: O Ceará foi pioneiro na abolição da escravatura negra. Há evidências de negros no inicio da colonização. Existia para o Ceará um pequeno tráfico negreiro, indireto, vindo sobretudo de Recife e São Luiz. Os africanos do Ceará eram originários principalmente do Congo e Angola. Os cativos sempre lutaram contra a escravidão. São fatos que explicam o pionei­rismo da abolição na província: A resistência negra, o pouco peso do negro na economia, o tráfico interprovincial (motivado pela secas, pelo surto cafeeiro do centro-sul e pela lei Euzébio de Queiroz), a atuação de entidades abolicionistas e dos setores populares (entre estes destacaram-se Luís Napoleão e Francisco José do Nascimento ou "Dragão do Mar"). No campo jurídico, a 25 de março de 1884, promulgou-se Lei inviabilizando a escravidão no Ceará, embora existam registros de cativos em datas posteriores.
  • Economia do Ceará no Segundo Reinado: Algodão, as primeiras fábricas do estado (ligadas ao beneficiamento do algodão e ao setor têxtil, cigarros, calçados, sabão, chapéus, etc.), cera de carnaúba, borracha de maniçoba, café (nas serras).
  • A hegemonia político-econômica de Fortaleza, iniciada por volta das décadas de 1820-1830, firmou-se na segunda metade do século XIX, em conseqüência: * dos capitais acumulados com o comércio exportador de algodão e de outros produtos, como café, borracha, couro etc.; * da centralização política imposta pela Monarquia brasileira, em particular do segundo reinado (1840-1889), quando as diretrizes administrativas do Império concorreram para concentrar nas capitais das províncias todo o poder decisório; *da própria condição de capital de Fortaleza, o que transformava em ponto destacado na recepção de obras e recursos públicos; *da construção e melhoria de estradas e ferrovias (como a Estrada de Ferro Fortaleza- Baturité – instalada em 1873), que ligavam o interior à Capital, tornando Fortaleza o grande centro coletor e exportador da produção sertaneja. *da intensa migração rural-urbana; Fortaleza torna-se núcleo de atração preferido pelo excedente populacional dos campos, bem como pelas vítimas das secas.
  • Modernização de Fortaleza no século XIX: bondes de tração animal, calçamentos, linhas de vapor (para a Europa e RJ) canalização da água, iluminação a gás carbônico (em substituição à de óleo de peixe), telegrafo, telefonia (1883), novo porto, biblioteca publica, etc. no entanto seu maior símbolo foi a nova planta urbanística de Fortaleza de Adolfo Herbster (não se esqueça a anteriot foi a de Silva Paulet com o governador Sampaio 1812-20); nessa época se queria civilizar a população pobre que reagia a esse processo com uma conduta “amolecada” ESSE PERIODO É CONHECIDO COMO A BELLE EPOQUE CEARENSE. Esse período foi interromoido pela seca de 1877-79 ( 10-12-1878 – “Dia dos mil mortos”: 1004 mortos)

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