sábado, 15 de agosto de 2009

GRÉCIA PARTE II

  • CIDADES-ESTADOS As tensões sociais e as crises levaram algumas famílias patriarcais a se unirem por determinados fins comuns e a formarem as fátrias. Certo número de fátrias formava uma tribo. Aos poucos, as tribos de uma dada região passaram a se organizar em cidades-estados, as polis, que contribuíram para desenvolver a indústria artesanal, o comércio, a escravidão e a expansão colonial.
  • PERÍODO ARCAICO A sociedade desse período foi tornando-se escravista. Os escravos trabalhavam para os seus proprietários e não possuíam quaisquer direitos. As fontes de abastecimento de escravos eram as guerras, a expansão comercial e a escravidão por dívida. A Grécia possuía mais de cem cidadesestados.
  • ESPARTA A cidade de Esparta foi fundada pelos dórios no século IX a.C., na região do Peloponeso. Segundo a tradição espartana, a legislação dessa cidade foi criada por Licurgo, figura lendária que teria vivido na cidade no início dos tempos. Essa tradição dispunha sobre a forma de governo e transformou a cidade num verdadeiro acampamento militar. Organização social A sociedade espartana estava dividida nas seguintes classes sociais: Esparciatas - Classe dominante, formada pela aristocracia dórica, com direitos políticos. Periecos - Habitantes conquistados ou estrangeiros que viviam do comércio com Esparta. Hilotas - Pertenciam ao Estado, trabalhavam nas propriedades dos esparciatas e representavam a maior parte da população. Devido às condições miseráveis em que se encontravam, constantemente se rebelavam. Organização política A organização política de Esparta foi criada para garantir os privilégios da classe dominante. As suas principais instituições eram: Diarquia - Formada por dois reis, com autoridade militar e religiosa. Gerúsia - Também conhecida como "conselho de anciãos", era composta de 28 esparciatas com mais de 60 anos. A responsabilidade do conselho era fiscalizar a administração. Ápela - Era a assembléia do povo, formada pelos cidadãos com mais de 30 anos. Eforado - Era composto por cinco éforos, com mandato de um ano. Eram verdadeiros administradores da cidade. Suas funções eram: fiscalizar as funções dos reis, controlar o sistema educacional e distribuir a propriedade entre os esparciatas. Educação espartana Os homens eram educados para se tornar soldados bem preparados para a guerra. A formação dos espartanos era severa, pois o Estado não permitia a existência de soldados fracos ou deformados. As crianças que nasciam com algum defeito eram sacrificadas. As mulheres praticavam exercícios físicos e deveriam dar à luz filhos sadios para o Estado. Tinham mais privilégios que as mulheres de outras cidades gregas.
  • ATENAS A cidade de Atenas foi fundada pelos Jônios, no século VIII a.C., na região da Ática. A sociedade era formada pelas seguintes classes sociais: Eupátridas - Eram os grandes proprietários de terras, formavam a aristocracia rural. Geoghóis - Pequenos proprietários rurais. Demiurgos - Comerciantes e artesãos ricos, viviam das atividades comerciais. Thetas - Formavam a classe mais pobre da cidade e viviam do trabalho assalariado. Os escravos eram prisioneiros de guerras. Organização política - Foram várias as formas de governo de Atenas. As mudanças foram frutos de lutas entre as classes sociais. Monarquia - Foi a primeira forma de governo. Essa tinha a seguinte composição: um rei, denominado basileus, cujo poder era limitado por um Senado; havia também uma assembléia popular. Arcontado - Foi a segunda forma de governo; as mudanças foram frutos de lutas sociais por melhores condições de vida e direitos políticos iguais. O governo passou a ser exercido por nove arcontes eleitos pela assembléia popular. Nesse período, o regime de governo era a oligarquia. A expansão comercial favoreceu os demiurgos, que enriqueceram e passaram a reivindicar participação política. O conflito entre as classes sociais exigiu algumas reformas, iniciadas por Drácon, que elaborou as primeiras leis escritas da cidade. A Plutocracia - Foi fundada por Sólon, que realizou reformas radicais, como a abolição da escravidão por dívida e a adoção de um novo critério de divisão social baseado na riqueza. A Tirania - Foi fundada por Psístrato. Essa forma de governo passou a garantir alguns direitos à população pobre, os thetas e os georghóis. A Democracia - Foi fundada em 509 a.C., por Clístenes. Nessa época, desenvolveu-se a igualdade política entre os cidadãos. Criou-se a lei do Ostracismo, que correspondia à condenação ao exílio de Atenas por dez anos às pessoas consideradas perigosas ao Estado democrático. Características da Democracia: Bulé: assembléia destinada à elaboração das leis; Eclésia: assembléia que votava as leis e escolhia os estrátegos (encarregados de executar as leis); Hiléia: tribunais de justiça. Educação ateniense A visão dos atenienses era ampla, pois visava à preparação física e à formação intelectual de suas elites. A filosofia e o atletismo, acompanhados de música e dança, formavam a base da educação dos cidadãos. A mulher, na sociedade ateniense, tinha um papel social limitado às coisas domésticas, não possuindo direito de cidadania.
  • PERÍODO CLÁSSICO A fase inicial coincidiu com os primeiros combates da guerra entre as cidades da Grécia e o Império Persa. a) As Guerras Médicas Foi a guerra que os gregos travaram para expulsar de seu território os persas. Os atenienses venceram os persas na Batalha de Maratona. Em 480 a.C., Xerxes, filho do sucessor de Dario I, organizou um poderoso exército e invadiu a Grécia por terra e pelo mar. A partir de uma aliança entre Atenas e Esparta, os gregos expulsaram os persas na Batalha naval de Salamina. Em meio à guerra, Atenas organizou a Liga de Delos sob sua liderança. A liga era um pacto em que as cidades-estados aliadas contribuíam com recursos e mantinham a sua soberania político administrativa. Com o tempo, a Liga de Delos transformou-se em um império marítimo submetido a Atenas. O regime democrático foi imposto às cidades da Liga, bem como a moeda, o peso e a medida. A democracia escravista ateniense atingiu o seu esplendor no chamado "Século de Ouro" ou "Século de Péricles". Péricles foi o político que governou Atenas por mais de 30 anos e que embelezou a cidade com esplêndidas construções públicas. b) A guerra do Peloponeso A democracia expansionista ateniense chocou-se com os interesses comerciais da Liga do Peloponeso, comandada por Esparta. O resultado desse choque foi a eclosão da Guerra do Peloponeso, entre 431 a.C. e 404 a.C. Nessa guerra, Esparta, Corinto e Mégara uniram-se e derrotaram Atenas. O caráter militarista espartano fez que ocorressem várias revoltas de muitas cidades contra Esparta. Os tebanos, por fim, venceram os espartanos com uma rede de alianças das cidades descontentes com Esparta. Mas Atenas e Esparta fizeram uma segunda aliança e venceram Tebas. No fim de tudo, o rei da Macedônia, Filipe II, preparou um poderoso exército e invadiu a Grécia.

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