Sem sucesso em acordos de paz com Israel, a
Autoridade Nacional Palestina decidiu mudar de estratégia e propor na 66ª
Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas) o
reconhecimento do Estado Palestino nas fronteiras pré-1967, situando a capital
na parte oriental de Jerusalém. A proposta é recusada por Israel e Estados Unidos.
Mas ser aceito como o 194º. Estado da ONU teria um efeito
político importante para os palestinos. Eles teriam acesso, por exemplo, a
tribunais internacionais, onde poderiam abrir processos contra o governo
israelense por conta das áreas invadidas.
Há décadas árabes e judeus disputam
as mesmas terras no Oriente Médio. No século 19, colonos judeus foram
incentivados a migrarem da Europa para a Palestina. O objetivo era constituir o
Estado de Israel. Os árabes, contudo, já habitavam a região há séculos.
Em 23 de setembro, o presidente da autoridade palestina, Mahmoud
Abbas, entregou ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, uma carta com o
pedido de inclusão da Palestina como membro pleno da organização,
nas fronteiras definidas antes das ocupações. Países como o Brasil já
reconheceram o Estado Palestino.
A reivindicação tem respaldo na Resolução 242 da ONU, de 1967,
que determina a desocupação das áreas palestinas. O documento, contudo, nunca
foi seguido por Israel.
Votação
Israel não aceita a proposta, pois ela significaria a dissolução
dos assentamentos da Cisjordânia, onde vivem cerca de 300 mil judeus (e 2,5
milhões de palestinos), além de abrir mão de Jerusalém Oriental, dividindo
novamente a capital. Haveria riscos, de acordo com o primeiro-ministro
israelense, Benjamin Netanyahu, de expor o país à ação de radicais islâmicos.
Por outro lado, se a candidatura palestina receber aprovação do
Conselho, deverá ser votada na Assembleia Geral, onde precisará do voto de dois
terços dos 193 países membros.Uma decisão da ONU como esta poderá isolar ainda
mais Israel no cenário internacional. Hoje, revoltas em curso em países como
Síria e Egito, junto com o apoio de países ocidentais à causa palestina,
fortalecem os árabes na geopolítica do Oriente Médio.
José Renato
Salatiel*
Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação
Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação
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