quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Ceará na república-velha

  • A oligarquia de Accioly: dominou monoliticamente o Ceará entre 1896 e 1912. Para tal, foi básico: a adesão à política dos governadores, o apoio dos coronéis, a aliança com grupos econômicos, o nepotismo e a repressão aos oposicionistas. No primeiro mandato de .Accioly (1896-1900), desta­caram-se a corrupção em larga escala e o "caso da vacina" envolvendo Ro­dolfo Teófilo. O governo de Pedra Borges (1900-1904) foi uma continuidade da oligarquia Acciolina. Nessa etapa se destacaram a construção de academia livre de direito do Ceará, a greve dos catraeiros de Fortaleza e a impunidade dos crimes sertanejos. Accioly foi reeleito para dois mandatos em 1904 e 1908 respectivamente. Isso intensificou as ações das oposições, formadas por oligarquias dissidentes, por burgueses, pela classe média, por populares e até por coronéis, Nas eleições estaduais de 1912, as oposições lançaram, dentro da política das salvações, a candidatura de Franco Rabelo para o governo, enquanto Accioly.apon­tava como seu candidato Domingos Carneiro Vas­concelos. A campanha sucessória de 1912 foi bastante agitada tendo como auge a repres­são acciolina à passea­ta das crianças. Em conseqüência, as oposições, armadas, depuseram Accioly do poder. A revolta popular de 1912 e a eleição de Franco Rabelo para o governo encerram a oligarquia acciolina. Rabelo, todavia, seria deposto em 1914 na Sedição de Juazeiro (golpe arquitetado por Padre Cícero e Floro Bartolomeu par derrubar Franco Rabelo).
  • Padre Cícero: Prati­cante do catolicismo popular nordestino entrou em atrito com a política de romanização promovida pela alta cúpula eclesiástica. Chegou a Juazeiro no ano de 1872 Em 1889, Cícero tornou-se celebridade com a ocorrência do "milagre" de Juazeiro. A Igreja nega a veracidade deste. A questão religiosa do Juazeiro foi na verdade o retrato da luta entre a romanização e o catolicismo popular. Cícero acabou afastado da Igreja. Ao contrário de Antônio Conselheiro de Canudos, padre Cícero aliou-se aos políticos do Cariri e até à oligarquia Acciolina tornando-se um poderoso coronel de batinas e fazendo prosperar ] Juazeiro. Muito contribuiu para a atuação política de padre Cícero o médico Floro Bartolomeu da Costa, um dos principais articuladores do pacto dos coronéis e da Sedição de Juazeiro. A morte de Floro Bartolomeu e a "Revolução" de 30 marcaram a decadência de Cícero. Nos últimos anos de vida, remou, inutilmente, recuperar os plenos poderes do sacerdócio. Faleceu em 1934.
  • Ceará de 1914 a 1930: não houve domínio de nenhum grupo oligárquico. Os governadores eram indicados pelo presidente da República. Os principais partidos em os Republicano Democrata (ou Rabelistas ) e Republicano Conservador (das tradicionais oligarquias agrerias). Os governadores foram: interventoria de Setembrino de Carvalho(1914), Benjamin Liberato Barroso (1914-16), Engenheiro João Tomé (1916-20), Justiniano de Serpa (1920-13; enfermo renunciou), Ildefonso Albano (1923-24), Desembargador Moreira (1924-28; enfermo renunciou), Eduardo Girão (1928) e Carlos de Matos Peixoto (1928-30)
  • Movimento operário cearense na República Velha – fatores que dificultaram a organização do movimento operário: inexperiência do operariado local, bem como seu pequeno numero, o grande exercito de reserva, o fato de muitos trabalharem por conta própria, a repressão das elites e as lideranças conservadoras da maçonaria e da Igreja (Círculos Operários Católicos, baseados na Encíclica Rerum Novarum). A difusão ideologias de esquerda a partir do BOC (Bloco Operário Camponês, para driblar a lei celerada de que colocava o PCB na ilegalidade (principalmente a partir de 1927) leva a maçonaria e a Igreja a se unirem e criarem a Federação Operária Cearense em 1925 (embrião da Futura LCT).

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